Fim de tarde.. Praia de Alvor

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Sem nome

És quadro que pinto ao meu agrado
E não posso dizer-te que não gosto,
pois minto,
Adoro o teu retrato....

Queria saber por ti quem sou,
Queria saber por mim quem és,
ter coragem de dizer-te "eu vou"
Mesmo sabendo,
que cada olhar seria um não,
tendo a certeza que sempre tens razão...
Queria apagar a distancia,
sentir a fragrância,
ultrapassar as marés.

És um navegador de almas sereno,
que as acolhes, que as rasgas,
que as agarras.
És infinitamente mais do que queria,
és miseravelmente menos do que tenho.
Porque te invento a cada instante???
Porque te construo assim altivo, talvez até petulante
ou serás apenas, doce, esquivo, indiferente????

Faço de ti o que desejo,
talvez cavaleiro andante
ou apenas homem
ser humano entre tantos outros....
semelhante.

De cada sorriso construo um cenário,
e de cada lagrima, um poema,
de cada noite um fadário,
de cada dia uma espera amena.
E as noites de Verão que partem
deixam na minha memória
palavras sem gosto,
fins de tarde em Agosto,
lagrimas que me caiem do rosto.

Es poesia..
és homem
és alguem que não conheço
mas que me apetece
que me aquece
que nao esqueço....

6 comentários:

  1. Obrigado Eduardo... há tanto tempo que não passava por aqui. Beijinhos, adorei :)

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  2. Diria que estas palavras cantam segredos, talvez até sussurros inimagináveis...

    Fixei-me aqui "...Faço de ti o que desejo,talvez cavaleiro andante ou apenas homem ser humano entre tantos outros....semelhante."

    ...E aqui está a essência dum surdo sentimento.

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  3. Os seus poemas deliciam-me a alma.
    São lindos!

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