Palavras, escrevo-as na noite.
Sentidas, tingidas, ocultas
No escuro que fica,
quando tudo se apaga.
Olhando em vão
Não deslumbro a vida
escrevo e não sinto nada...
Vazia como a velha fonte
perdida no fim da estrada,
Do que escreves fico suspensa,
e sem perceber, minto.
Tento descobrir-te sem magoa
talvez um rosto sem cara.
Apenas quero entender
o que em ti, em mim, pressinto.
Nas tuas palavras
nunca me encontro
da tua vida não faço parte
sei apenas que entras pela escuridão
Perdida vagueio sem data....
E com as palavras que deitas ao mote
aqueço o coração
tenho medo....
não sei de que se trata.
És apenas coisa nenhuma
que enches de cores a minha noite
podes ser o poeta da vida
ou és apenas palavras sem medida.
Aquelas que me transportam para o meu canto
Aquelas que descubro com encanto
Aquelas em que o meu corpo se enrosca,
quando a luz da noite me afaga.
Palavras da noite,
flores secas,
o miar do gato lá longe
a lua de escrita tingida....
Sonhos, quadras sem nome
eu de mim...
por ti esquecida.....
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