Fim de tarde.. Praia de Alvor

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Quase inverno....

E as primeiras chuvas chegaram….
E com elas o vazio,
Sabes, tão eterno e tao frio,
Que bom que era poder aquecer-me
Em teus abraços,
E como uma esperança vã
Eliminar os espaços
E sentir nos teus labios
A doçura da manhã…

Como seria se calor nunca partisse
E se todas as nossas esperanças
Não fossem tão inuteis
Tão infantis, tao verdadeiras
Ah, eu sei, era pedir demais
Se nem aos nossos corpos
Posso reclamar a paixão
Como posso eu insana,
Pedir-te o coraçao?

Não importa, já tudo passou
Os passaros já partiram,
O inverno chegou,
O meu pranto já secou
No meu coração
Não es mais sonho
Es despedida
E eu não sou mais eu
Sou só uma alma perdida

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Tu

Lançar os olhos no infinito,
Olhar o mar,
Afagar o teu cabelo,
Ser beijada,
É viver!
Esquecer a solidão,
É viver!
É viver a constante "não te ter"
O pavor de te perder
A alegria de ser hoje
E chorar..
Sabes, é viver!
Não é só dia após dia não estares aqui,
É inventar sonhos
Em paisagens por acabar!
Mas viver
É ter tuas mãos nas minhas
Calar impulsos nas palavras
Num olhar
E acreditar em ti,
Cada hora, cada dia
Encher o coraçao da tua imagem
E vivi!
Porque creio no amor
Quero gritar a alegria que há em mim
Quero dizer-te como te adoro
mas acredita, pouco escrevi!!!!

domingo, 20 de setembro de 2009

Engano

Enganam-se aqueles que pensam que paixão é amor!
Paixão é um sentir imenso,
São as nossas bocas unidas,
São os nossos corpos molhados
São as nossas mão perdidas
São os nossos sentidos desenfriados
A paixao não pensa se vai existir dor
Não é como o amor...
O amor é calido e profundo,
Amor é luz de presença, não é chama
Amor é o que acalma, embala,
Adormece e ama

Aí, mas paixão nao é isso...
Paixão jamais se esquece,
Basta ver teus olhos,
Lembrar a tua boca,
e o meu desejo por ti,
vil, insano , louco,
reaparece!

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Adeus

E da tua boca se fez água
E dos meus olhos se fez sede
No meu coração a magoa
Do teu silencio que fere

E da doce cobardia
Se fez a vida,
E do marasmo perdido
A despedida

E na minha alma cansada,
E nas lágrimas que caiem,
Olhando o imenso mar…

Resta a esperança
De encontrar bem fundo,
A forma de não te amar.

Quase Tudo

Escorre pelos meus dedos
A vida….
E pela minha face
As lágrimas da despedida

Não foi nada
Eu sei…
Foi apenas um quase tudo
E foi á espera que fiquei.

Deixa,
É como uma manha de chuva
É como uma noite em branco

É como toda a minha vida
Que calo bem fundo
E que se desfaz em pranto

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Hoje...

Hoje o mar foi apenas o mar
e a areia apenas a areia
Hoje não houve luz
nem gaivotas a voar.

Hoje não houve amanhã
Nem sorrisos,
Nem areias prateadas
Hoje nem o sol me aqueceu.

Hoje na minha praia
Não houve poesia,
Nem sorrisos
Nem crianças que riam....

Hoje na minha vida
estava o mar, o céu,
e os meus sonhos
que partiam.

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Sabes...

Sabes
a vida não é uma paixão
é um lamento,
não é uma pagina garrida
de um jornal á toa.
É talvez uma nuance esbatida,
uma folha cinzenta
com uma letra colorida.

Sabes
A vida é apenas
o vôo de um passaro,
Não é um céu imenso
é uma gota d´agua
é um lenço que se assena
para alguem que vai de partida.

Sabes...
A vida não é uma paixãp,
é apenas uma despedida!

Negro

Eu sei,
eu gosto do negro, da morte
do silencio....
Eu gosto de pensar até doer
Eu gosto da minha sorte!

Se é sorte
chorar sem ninguem ver
Amar-te e sofrer
Se é sorte
Sonhar e nunca ter
se isso é sorte...

Então, veste-te de negro!

Poesia

Um poema
é um momento
um flash de luz
um pensamento

Pode ter dor
Alegria
Amor
e até poesia

Um poema
é um segredo
que se cala bem fundo
é uma chama
é um mundo

Não é nada
a poesia
é apenas
a nossa alma
vazia!

Perdoa Jesus

Meus olhos
Perdidos
Nos fundos de sonhos remotos
Perfumes suaves
Das brancas violetas
Distantes dos anos
Meus labios
Tremendo
Sonhando formas de labios
com outros contornos
Meus abraços
em Cruz (Perdoa Jesus!)
sentido o apelo distante
e vago
dos teus afagos
Meus dedos
inertes
Para ternuras tantas
Aos dedos que eu queria
e estão tão distantes
Meus pés
já cansados
pisando
com dor
de rosas e espinhos,
ou lirios, Senhor?
Sorris-te
e puses-te
sobre os meus ombros nus
o peso inteiro
da mais bela Cruz!
(7-1986)